A Concha
Tinha
acabado de tomar o indispensável café depois do almoço e preparava-me para
retomar a escrita. Sentada no terraço, coloquei a folha máquina de escrever e,
talvez porque o calor me toldava as ideias e o café ainda não fizera efeito,
recostei-me na cadeira de lona e fechei os olhos, inspirando a brisa salgado. De
repente, uma sombra arrefeceu-me a cara e, quando abriu os olhos, ali estava de
novo o invasor de propriedade alheia, descontraído como sempre.
- Quem é que
vais escrever ali? – Perguntou-me, apontado a máquina.
Endireite-me
na cadeira, franzi o sobrolho e respondi:
- Uma
história, ou melhor, a continuação de uma história que comecei sobre quem? Não
tive vontade de contar-lhe, afinal, ainda mal nos conhecíamos.
Wilson e Rúben
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