D. Afonso I, mais conhecido pelo seu nome de príncipe, D.
Afonso Henriques, (25 de Julho de 1109 - 6 de Dezembro de 1185) foi o primeiro
rei de Portugal. Em virtude das suas múltiplas conquistas, que ao longo de mais
de quarenta anos mais que duplicaram o território que o seu pai lhe havia
legado, foi cognominado O Conquistador; também é conhecido como O Fundador e O
Grande. Os muçulmanos, em sinal de respeito, chamaram-lhe Ibn-Arrik («filho de
Henrique», tradução literal do genitivo Henriques) ou El-Bortucale («o
Português»).
Afonso Henriques era
filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portugal e da infanta Teresa de Leão.
Terá nascido e, possivelmente, sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128.
Tomou, em 1120, uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido dos
Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga. Este, forçado a emigrar, leva
consigo o infante que em 1122 se arma cavaleiro, em Tui. Restabelecida a paz,
voltam ao condado. Entretanto, novos incidentes provocam a invasão do Condado
Portucalense por Afonso VII de Castela, que, em 1127, cerca Guimarães, onde se
encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste, Afonso VII
desiste de conquistar a cidade. Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de
Teresa de Leão defrontam-se com as de Afonso Henriques na batalha de São
Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua
autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do
condado. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder,
concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo
objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o
reconhecimento do Reino.
Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de
Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclama-se
Rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a
independência foi confirmada mais tarde, nas míticas cortes de Lamego, quando
recebeu do arcebispo de Braga, D. João Peculiar a coroa de Portugal, se bem que
estudos recentes questionem a reunião destas cortes. O reconhecimento de
Castela chegou em 1143, com o tratado de Zamora e deve-se ao desejo de Afonso
VII de Castela em ser Imperador (e como tal, necessitar de reis como vassalos).
Desde então, Afonso I procurou consolidar a independência por si declarada. Fez
importantes doações à Igreja e fundou diversos conventos. Procurou também
conquistar terreno a sul, povoado então por Mouros e conquistou Santarém em
1146 e Lisboa em 1147. Em 1179 o Papa Alexandre III, através da bula Manifestis
Probatum, reconhece Portugal como país independente e vassalo da Igreja.
Após o incidente de
Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou.
Dedicou a partir daí quase toda a sua vida à administração dos territórios com
a co-regência do seu filho D. Sancho I de Portugal. Procurou fixar a população,
promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem
religiosa dos Cistercienses para o desenvolvimento da economia,
predominantemente agrária.
Os passos mais
importantes do seu reinado foram:
Fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em 1131
Pacificação interna do reino e alargamento do território
através de conquistas aos Mouros – o limite sul estabelecido para o Condado
Portucalense – e assim Leiria em 1135; Santarém em 1146; Lisboa, Almada e
Palmela em 1147; Alcácer em 1160 e quase todo o Alentejo (que posteriormente
foi de novo recuperado pelos Mouros).
O seu túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Cruz, em
Coimbra, ao lado do túmulo do filho D. Sancho I.
Daniela Santos e Daniela Valente
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