Povoado pré-romano
O nome de Balsa é de muito provável origem fenícia. A forma
inicial seria Baal Safon ou Baal Chamam, epítetos do Deus fenício protector dos
navegantes, e corresponderia à designação do povoado fenício de Tavira (séc.
VIII-VI a.C.), notável pelos vestígios arqueológicos de índole religiosa, que configura
a sua função de porto-santuário. Apesar destas evidencias religiosas, ainda há
quem clame a origem ibérica do topónimo Balsa. Para os espanhóis Balsa tem
origem nos bascos. É, na verdade encontramos este mesmo topónimo espalhado pelo
mundo com um significado provável próximo daquele que sugerem as gravuras das
primitivas moedas da Balsa, barco [jangada], arvore, charco[arbustos].
O nome alterou-se mas permaneceu até à conquista romana. No
século II a.C. corresponderia já à região sob controlo da comunidade turdetana
dos balsenses, cujo centro era então no Serro do Cavaco, a 1 km de Tavira
(lugar que assume hegemonia após a destruição do sítio louletano de Tavira em
finais do século IV a. C.).
Os romanos fundam em meados do século I a. C um novo povoado
portuário a cerca de 7 km de Tavira, que herdaria o nome de Balsa, tornando-se
posteriormente o único centro urbano da região.
O povoado do Serro do Cavaco sobrevive até ao tempo de
Augusto, sendo então abandonado, até hoje. O sítio de Tavira permanece
abandonado até ao século XI, época da fundação islâmica do povoado com este
nome.
O Domínio romano
É com o domínio romano, a partir do século II que a cidade
desenvolve-se urbanisticamente, devido ao crescimento demográfico e económico
do sul da Lusitânia. São construídas vias que ligam a cidade ao resto da
Lusitânia, desenvolve-se um porto interior, um teatro, fóruns, circos, termas e
fábricas de produção de conservas de peixe, uma actividade que já era
tradicional na cidade. A cidade exportava não só as conservas, mas também
metais, carne e tecidos. O porto servia para ligar a Lusitânia a Roma, mas
também à província vizinha da Bética e à costa africana, criando na cidade uma
classe mercantil naval influente que faziam parte da estrutura de transportes
imperiais, abastecendo cidades vizinhas, o exército e procediam à colecta de
impostos.
A destruição de Balsa
A decadência de Balsa foi feita de altos e baixos,
recuperações, crises e destruições violentas. O grupo social influente, ligado ao
tráfico marítimo, foi perdendo força e desaparece no século III, à medida que o
império começava também ele a decair. Em 276 é atacada pelos Francos e pelos Ala manos e sofre grande destruição no grande sismo de 382. É provável que no
século V já não existisse vida urbana no local, que se transformou num campo de
ruínas virtualmente abandonado.
A memória do sítio de Balsa perdeu-se até ao século XIX,
altura em que foi descoberta com os seus alicerces quase intactos.
Daí para cá Balsa tem vindo a sofrer uma nova destruição,
que dura até hoje. Extensas áreas de ruínas enterradas têm sido arrancadas para
fins agrícolas, construção de moradias e infra-estruturas. Nuno Carmo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Balsa_(Lusit%C3% Mania)
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