Ignora-se a providência dos Reis Magos, este episódio
foi apenas relatado no Evangelho de S. Mateus e, mesmo assim, de forma muito
resumida e vaga. Só com o passar do tempo, se foram acrescentando detalhes,
para se sanarem as lacunas deixadas no Evangelho em relação a esta história.
A designação “Mago” era dada, entre os Orientais, à classe dos sábios ou
eruditos, contudo esta palavra também era usada para designar os astrólogo.
Isto fez com que, inicialmente, se pensasse que estes magos eram sábios
astrólogos, membros da classe sacerdotal de alguns povos orientais, como os
caldeus, os persas e os medos.
Posteriormente, a Igreja atribuiu-lhes o apelido de
“Reis”, em virtude da aplicação liberal que se lhes fez do Salmo 71,10.
Quanto ao número e nomes dos Reis Magos são tudo suposições sem base histórica,
aliás algumas pinturas dos primeiros séculos mostram 2, 4 e até mesmo 12 Reis
Magos adorando Jesus. Foi uma tradição posterior aos Evangelhos que lhes deu o
nome de Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior), tendo-se também atribuído a
cada um características próprias.
Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca (europeia) e
descenderia de Jafé; Gaspar representaria a raça amarela
(asiática) e seria descendente de Sem; por fim, Baltasar
representaria todos os de raça negra (africana) e descenderia de Cam.
Estavam assim representadas todas as raças bíblicas (e as únicas conhecidas na
altura: os semitas, os jafetitas e camitas. Pode então dizer-se que a adoração
dos Reis Magos ao Menino Jesus simboliza a homenagem de todos os homens na
Terra ao Rei dos reis, mesmo os representantes do tronos, senhores da Terra,
curvam-se perante Cristo, reconhecendo assim a sua divina realeza.
Esta ideia só surgiu no século XVI, assim só a partir
deste século é que se começou a considerar que Baltasar era negro, de forma a
que se pudesse abranger todas as raças.
Nota: Jafé, Sem e Cam são os 3 filhos de Noé, que segundo o Antigo testamento
representavam as 3 partes de mundo e as 3 raças que o povoavam naquele tempo.
Para além desta simbologia, pela cultura a cristã, os
Reis Magos simbolizam que os que os poderosos e abastados devem curvar-se
perante os humildes, despojando-se dos seus bens e colocando-os aos pés dos
demais seres humanos, ou seja, devem partilhar a sua fortuna com os mais
pobres.
Também em relação às idades dos Reis Magos tudo são
suposições sem nenhuma base histórica. Só no século XV, se fixou que Belchior
teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos e Baltasar 20 anos.
Tem de se ter em atenção que as características
físicas e as idades dos Reis Magos variam consoante o autor.
O dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi
neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto ao Menino Jesus. Em
alguns países é no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.
Ao chegarem ao seu destino, os Reis Magos deram como
presentes ao Menino Jesus:
Ouro (oferecido por Belchior): este representa a Sua nobreza;
Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade de Jesus;
Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva amarga e simbolizava o
sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da
Humanidade, também simbolizava Jesus enquanto homem.
Assim, os Reis Magos homenagearam Jesus como rei
(ouro), como deus (incenso) e como homem (mirra).
Coloca-se a questão de saber como é que os Reis Magos
associaram o aparecimento da Estrela com o nascimento de Jesus. A verdade é que
existem várias teorias, mas não há como saber qual delas é a correcta. Uma
dessas teorias considera que os Reis Magos descobriram a relação entre o novo
astro e o nascimento de Cristo.
Mario Boshnakov e Pedro Germano
http://natalnatal.no.sapo.pt/pag_simbolos/reis_magos.htm
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