terça-feira, 13 de novembro de 2012

A cigarra e a formiga


 
 
Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão
Anchou-se em penúria extrema,
Na tormentos estação.
 
Não lhe restando migalha
Que trincasse-a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.

-Amiga-diz a cigarra –
-prometo, á fé de animal,
Pagar-vos, antes de agosto,
Os juros e o principio.

A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
-No Verão, em que lidavas?
Á pedinte, ela pergunta.

Responde a outra:- Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
-Oh! Bravo!- torna a formiga
-Cantavas? Pois dança agora!

 

Wilson Nuno

 

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