sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O temporal


Vieram as marés vivas, ventanias, chuvas, temporais. As marés altas varriam a praia e subiam até à duna. Certa noite, as ondas gritara tanto, uivaram tanto, bateram e quebraram-se com tanto força na praia que, o seu quarto caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem dormir. As portadas das janelas batiam. As madeiras do chão estala-vão omo madeiras de mastros. Mastros. Parecia que as ondas iam cercar a casa e que o mar ia devorar o mundo. E o rapazinho pensava que, lá fora, na escuridão da noite, se travava uma imensa batalha em que o mar, o céu e o vento se combatiam. Mas, por fim, cansado de escutar, adormeceu embalado pelo temporal.

 Rodrigo Machado

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