Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
- Amiga – diz a cigarra –
- Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de agosto,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
No verão, em que lidavas?
À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra: - Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
-Oh! Bravo! – torna a formiga
-Cantavas? Pois dança agora!
João Miguel
Rúben Lopes
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
- Amiga – diz a cigarra –
- Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de agosto,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
No verão, em que lidavas?
À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra: - Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
-Oh! Bravo! – torna a formiga
-Cantavas? Pois dança agora!
João Miguel
Rúben Lopes
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