Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão
Anchou-se em penúria extrema,
Na tormentos estação.
Não lhe
restando migalha
Que trincasse-a
tagarela
Foi valer-se
da formiga,
Que morava perto dela.
-Amiga-diz a
cigarra –
-prometo, á
fé de animal,
Pagar-vos,
antes de agosto,
Os juros e o
principio.
A formiga
nunca empresta,
Nunca dá;
por isso, junta.
-No Verão,
em que lidavas?
Á pedinte,
ela pergunta.
Responde a
outra:- Eu cantava
Noite e dia,
a toda a hora.
-Oh! Bravo!-
torna a formiga
-Cantavas?
Pois dança agora!
Wilson Nuno
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