Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúrias extrema,
Nos tormentos estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que moravam perto dela.
-Amiga-diz a cigarra-
-Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de agosto,
Os juntos e o principal.
A formiga nunca empreste,
Nunca dá; por isso, junta.
-No verão, em que lidavas?
À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra:- Eu cantava
Noite e dia a toda hora.
-Oh!bravo! – Torna a formiga
- Cantavas? Pois dançava agora!
Etapas 5 (Madelena Relvão/ Graça Trindade/ Maria de Lourdes Santos)
Mário Boshnakov e Pedro Germano
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