Ligures, Celtas e Turdetanos

A decadência dos cuenos ou conios manifestou-se nos séculos VI e V a C. com a vinda para a Península de ligures e de celtas.

Com a chegada dos ligures e depois dos celtas, em meados de século VI a C., a formação ibérica sofreu uma certa evolução civilizacional. Os primeiros trouxeram novas práticas agrícolas e o processo de fundição e utilização do bronze. Era uma gente baixa, de pêlo moreno, de forte compleição que vivia em cabanas de madeira.Os celtas, que provinham do centro,eram já conhecedores do ferro e acolhiam-se em construções de pedra.

A integração desses dois povos na região do algarve entre as tribos cinetes, deve-se ter processado com relativa passividade, porquanto no século V a C.,Estrabão, Mela, Plínio, chamavam as tribos existentes no Algarve e Alentejo, povos Turdulos, entregados na Bética, vasto território que estendia por todo o sul da Península. 

Poder-se-á dizer que no início do século V a C. o actual território português estaria dividido. Para sul do Tejo e no curso inferior do Guadiana, predominavam os turdetanos, que haviam dado origem a importantes urbes: Caetobriga(Setúbal), Salacia(Alcácer do Sal), Pax Julia(Beja), Myrtilis(Mértola), Ossonoba(Faro) e Balsa(nos arredores de Tavira). Para norte existia, então, um povo dedicado á pastorícia, mas deveras aguerrido, conhecido por lusitanos; e na zona além do Douro um outro povo denominado galaico.

Não foi fácil, durante muito tempo, a coexistência entre turdetanos e lusitanos. Depois de romper o cerco a norte,e dominar toda a zona marítima que vai do Tejo ao Cantábrico, os lusitanos procuraram anexar a Turdetania. Não o terão conseguido, porquanto a oposição dos povos do Alentejo e Algarve detinha a posse de importantes minas de cobre,que lhes asseguravam a compra de armas capazes de suster as ofensivas lusitanas.

Trabalho realizado por:

 Ricardo Duarte
                                                                    Rodrigo  Gomes