sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A cidade de Balsa


Povoado pré-romano

O nome de Balsa é de muito provável origem fenícia. A forma inicial seria Baal Safon ou Baal Chamam, epítetos do Deus fenício protector dos navegantes, e corresponderia à designação do povoado fenício de Tavira (séc. VIII-VI a.C.), notável pelos vestígios arqueológicos de índole religiosa, que configura a sua função de porto-santuário. Apesar destas evidencias religiosas, ainda há quem clame a origem ibérica do topónimo Balsa. Para os espanhóis Balsa tem origem nos bascos. É, na verdade encontramos este mesmo topónimo espalhado pelo mundo com um significado provável próximo daquele que sugerem as gravuras das primitivas moedas da Balsa, barco [jangada], arvore, charco[arbustos].
O nome alterou-se mas permaneceu até à conquista romana. No século II a.C. corresponderia já à região sob controlo da comunidade turdetana dos balsenses, cujo centro era então no Serro do Cavaco, a 1 km de Tavira (lugar que assume hegemonia após a destruição do sítio louletano de Tavira em finais do século IV a. C.).
Os romanos fundam em meados do século I a. C  um novo povoado portuário a cerca de 7 km de Tavira, que herdaria o nome de Balsa, tornando-se posteriormente o único centro urbano da região.
O povoado do Serro do Cavaco sobrevive até ao tempo de Augusto, sendo então abandonado, até hoje. O sítio de Tavira permanece abandonado até ao século XI, época da fundação islâmica do povoado com este nome.
O Domínio romano
É com o domínio romano, a partir do século II  que a cidade desenvolve-se urbanisticamente, devido ao crescimento demográfico e económico do sul da Lusitânia. São construídas vias que ligam a cidade ao resto da Lusitânia, desenvolve-se um porto interior, um teatro, fóruns, circos, termas e fábricas de produção de conservas de peixe, uma actividade que já era tradicional na cidade. A cidade exportava não só as conservas, mas também metais, carne e tecidos. O porto servia para ligar a Lusitânia a Roma, mas também à província vizinha da Bética e à costa africana, criando na cidade uma classe mercantil naval influente que faziam parte da estrutura de transportes imperiais, abastecendo cidades vizinhas, o exército e procediam à colecta de impostos.
A destruição de Balsa
A decadência de Balsa foi feita de altos e baixos, recuperações, crises e destruições violentas. O grupo social influente, ligado ao tráfico marítimo, foi perdendo força e desaparece no século III, à medida que o império começava também ele a decair. Em 276 é atacada pelos Francos e pelos Ala manos e sofre grande destruição no grande sismo de 382. É provável que no século V já não existisse vida urbana no local, que se transformou num campo de ruínas virtualmente abandonado.
A memória do sítio de Balsa perdeu-se até ao século XIX, altura em que foi descoberta com os seus alicerces quase intactos.
Daí para cá Balsa tem vindo a sofrer uma nova destruição, que dura até hoje. Extensas áreas de ruínas enterradas têm sido arrancadas para fins agrícolas, construção de moradias e infra-estruturas.    Nuno Carmo                                                                     
http://pt.wikipedia.org/wiki/Balsa_(Lusit%C3% Mania)

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